Manhã de
sábado. Acordou cedo como sempre, mesmo que não fosse sair para trabalhar.
Manhã de sábado e fez tudo de sua rotina. Acordou, escovou os dentes, preparou
o café-da-manhã e enquanto o tomava olhou os seus emails. Sentia certa
irritação na garganta, os olhos de vez em quando lacrimejando, a cabeça quase
estourando. Era gripe, disso não tinha dúvida, mas precisava trabalhar terminar
seus relatórios, um projeto que estava quase finalizado, além de uma
apresentação que teria que fazer na segunda-feira a noite. Tomou um gole de
café e abriu o email. Abriu aquele que tinha escrito no assunto: preocupação. A
curiosidade cresceu, até porque não sabia de quem era aquele endereço de email.
Leu o seguinte:
“Por
favor, não se aborreça com trabalho hj, vc precisa descansar. Ñ sei como vc
consegue fazer mil coisas ao mesmo tempo. Resolver tantos problemas d tantas
pssoas. Te admiro por isso. Ñ só eu como outras pessoas tbm. Mas vc tem que
lembrar que tbm é um ser humano. Sente dor, tem cansaço, adoece. Estou enviando
esse email pq me disseram q te viram meio doente, com a garganta irritada, se
reclamando de dor de cabeça. Vc devia, pelo menos no fds, fazer qualquer outra
coisa que ñ seja trabalhar. Sair um pouco, ver um bom filme, sair com amigos
pra jogar conversa fora. Ou pelo menos fik na cama até mais tarde. Vc deve ta
se perguntando quem sou eu. Na verdade, vc me conhece, mas ñ temos tanto contato.
Prefiro cuidar de vc à distância. Mas não se preocupe... Gostaria mto de ver vc
bem. Procura DESCANSAR, mas DESCANSAR MESMO. Num vale um paliativo.
Deixa esses papéis de lado e procura curtir um pouco o fds. VC M-E-R-E-C-E D-E-S-C-A-N-S-A-R!!!! (P.S.
Não responda esse email, o endereço não é meu!)”
Nenhuma assinatura,
nenhuma pista de quem enviara o email. O café esfriou, a fome sumiu. Levantou a
cabeça e olhou ao redor, viu o sol entrar pela janela da cozinha. Deixou os
papéis de lado, pegou a bolsa e saiu para aproveitar o sábado.
Às vezes a gente só precisa de um empurrãozinho pra deixa o trabalho de lado poder aproveitar um pouco a vida.
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