Pesquisar

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

AU REVOIR PAPA


Precisava ir embora. Viu-o deitado na rede. A figura paterna outrora tão forte agora parecia tão frágil. Aproximou-se e pediu a benção. A preocupação no olhar de ambos. As lagrimas botaram discretamente. Um abraço apertado, um sussurro ao pé do ouvido: “Papai te ama.” Naquele curto momento as lembranças de sua infância vieram fortes. “Perdida na multidão, com medo, sozinha. A mão calejada em seu ombro, o abraço terno e as lágrimas no rosto. As desculpas pedidas em silencio. As noites e madrugadas que ele a velara. Quantas e quantas vezes entrara em seu quarto apenas para dizer aquelas três palavras.” Soltou-se e olhou para aqueles olhos castanhos, tão sábios, tão sofridos, tão amados. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela sorriu e disse: “eu também amo muito o senhor” Deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto. Despediu-se da mãe e do irmão. No caminho as lagrimas corriam soltas. Olhou para noite escura e sentiu saudades de quando era uma criança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário