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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sozinha em seu quarto...

Era uma noite tempestuosa. A força acabara e todo o recinto ficou na escuridão. Velas foram acesas. Aproximou-se da janela e afastou um pouco a cortina. Um raio. Um clarão projetou sua imagem no vidro da janela. O semblante tranquilo. Outra vez a escuridão lá fora. A casa vazia, o quarto deserto. Outro raio, mais uma projeção. Não presente, mas de um passado não tão distante. Olhos vivos, expressão atrevida, sorriso desinibido. Braços e conforto ao seu redor. Outra vez escuridão. Pegou uma vela a a aproximou da janela. Seu reflexo, aquilo era um sorriso? Aquelas eram lágrimas? Como poderia essa contradição? Outro raio. A luz voltara. Seguiu com os olhos uma gota solitária que descia pelo vidro da janela e seguiu em direção a uma poça d'água que se formara. Saiu da janela e foi apagando as velas uma a uma com um pequeno sopro. A última estava na pentedeira. À sua frente, o espelho. O reflexo que via não mostrava o caos interior.

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