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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Últimos Acordes

O baile estava no fim. Os convidados se despediam do anfitrião. Os músicos tocavam a última valsa. Lá no canto, sim, bem o canto, uma jovem. Ele despediu-se do último convidado que saía. Os músicos ainda tocavam. E a jovem permanecia lá, no seu canto solitário. Movido pela curiosidade, o anfitrião aproximou-se da desconhecida. Devagar, tocou-lhe o ombro nu. A jovem estremeceu surpresa e ao virar-se encarou o dono da casa com cortesia e simpatia. Ele não pode deixar de sorrir ao ver aquela pele branca corada. Ela, por sua vez, baixou o olhar, um tanto constrangida com a situação. Não teve tempo para se recompor, o anfitrião do baile  puxou-lhe, delicadamente, para o meio do salão. Os músicos tocavam os últimos acordes da valsa. Os rodopios pareciam ensaiados. Parecia que o casal flutuava. Olhos nos olhos, castanho e verde conversaram palavras mudas, naquela rápida troca de olhares. Último acorde, última nota e o casal continuava dançando. Silêncio no salão. Fim de dança. O jovem anfitrião ofegava e sorria, não tivera uma dança tão gratificante em toda a noite. A moça, também ofegante, não ousou levantar os olhos para fitar seu companheiro de dança. Sentia-se, de certa forma, constrangida, mas ao mesmo tempo confortável. Os músicos guardavam os instrumentos. O anfitrião, ainda curioso sobre aquela figura angelical que estava de pé a sua frente, levantou suavemente o queixo da jovem para fitar-lhe os belos olhos castanhos. A pele de marfim da jovem ganhou um tom rubro com o toque daquelas mãos. Castanho e verde se encontraram novamente, enquanto um violinista tocava os últimos acordes antes de guardar seus violino e ir embora.

Ao som de Valsa das Flores

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